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Ciência de dados na nova economia: uma nova corrida por talentos na quarta revolução industrial

Uma revolução de dados está acontecendo. O fato é que os dados, por si só, não servem para muita coisa. É preciso transformá-los em insights e é aí que entra a ciência de dados.

À medida que a quarta revolução industrial se desenrola, fica mais claro o valor que existe por trás do processamento e análise de dados. Aliás, como menciona o relatório Data Science in the New Economy – A new race for talent in the Fourth Industrial Revolution, “dados são o novo petróleo”.

Cada vez mais organizações estão percebendo o poder do Big Data e consequentemente abrindo as portas para talentos que consigam transformar dados brutos em tomadas de ações. Por isso, a ciência de dados está entre as habilidades mais competitivas da Indústria 4.0.

Mas, o que exatamente é a ciência de dados?

A ciência de dados é uma disciplina científica que usa dados para extrair conhecimento e insights. Simplificadamente, trata-se do uso dos dados para gerar valor.

A relevância dos dados foi crescendo aos poucos. Conforme esclarece o relatório mencionado:

“Na primeira onda de digitalização, os dados podem ser vistos como um subproduto do funcionamento de aplicativos, sistemas operacionais e plataformas digitais. Os dados agora são cada vez mais reconhecidos como um ativo significativo, permitindo mais inovações em campos auxiliares, como inteligência artificial, que podem impulsionar a melhoria dos serviços através da eficiência do processo e oferecer melhores resultados para os clientes.”

Por exemplo, a Netflix utiliza dados para explorar os padrões de exibição de filmes e séries para entender o que gera o interesse do usuário. Essa informação é utilizada para tomar decisões sobre o gênero de série/filme que a empresa pode produzir.

Ainda sobre a Netflix, também graças aos dados que os filmes são recomendados para você. O mesmo se aplica aos mecanismos de recomendação da Amazon e Spotify, para citar alguns exemplos.

Por tudo isso, a ciência de dados é uma das funções que mais crescem. Falando no tema, uma reportagem no site da Folha diz que o cientista de dados é um dos profissionais com mais oportunidades na área de tecnologia, de acordo com o guia salarial de 2018 da consultoria Robert Half.

Importância da ciência (e cientistas) de dados

Sabemos que existe uma grande quantidade de dados disponíveis no mundo. A maneira como eles são utilizados pode significar sucesso ou fracasso para marcas e organizações.

Para que os dados sejam corretamente analisados, a quarta revolução industrial traz com ela uma corrida por talentos, mais especificamente, pela busca por cientistas de dados. Dentre as funções destes profissionais está a de capacitar gerentes e executivos para tomar melhores decisões. Sendo assim, o cientista de dados pode ser visto como um parceiro estratégico para diretores e alta gerência.

Profissionais da área examinam e exploram os dados da organização e em seguida recomendam e prescrevem ações que ajudarão a melhorar o desempenho da instituição. Por meio dos dados, os cientistas criam modelos que simulam uma variedade de ações em potencial (cenários). Ao fazer isso uma organização pode aprender qual caminho trará os melhores resultados de negócios. Em outras palavras: a ciência de dados ajuda na mitigação dos riscos.

Aliás, não só na área de gestão de riscos a ciência de dados ganha destaque. Para a governança corporativa a disciplina torna-se da mesma maneira relevante. Cientistas de dados conseguem criar metodologias para modelos preditivos de propensão a fraudes, utilizando-os para desenvolver alertas que garantam respostas oportunas quando dados incomuns são reconhecidos.

Outras duas vantagens da ciência dos dados estão na entrega de produtos relevantes – uma vez que organizações podem encontrar quando e onde seus produtos vendem melhor – e nas experiências personalizadas do cliente.

Sobre o último, um bom exemplo é o Airbnb, que faz uso da ciência de dados para melhorar seus serviços. Os dados gerados pelos clientes são processados e analisados para, em seguida, atender aos requisitos e oferecer melhores instalações.

É igualmente por causa da ciência de dados que ações são direcionadas com base em tendências, as quais, por sua vez, ajudam a definir metas.

Exemplos de uso da ciência dos dados

Para o Grupo Pão de Açucar, “os dados dos clientes são ouro”. Segundo texto no site ecommerce, o GPA utiliza os dados para melhorar a experiência dos seus clientes.

Outro exemplo vem do Walmart. A rede tem utilizado a ciência de dados para ajudar em algumas frentes, como (fonte):

  • Tornar os caixas mais eficientes. Com a ajuda da análise preditiva, o Walmart pode analisar dados e gerenciar melhor os clientes durante o horário de pico.
  • Analisar os padrões de compra dos clientes. A análise é feita em tempo real e permite que sejam estocados produtos com demanda e os que estarão com demanda futura com base em vários fatores.
  • Gerenciar a cadeia de suprimentos e logística. O Walmart gerencia o inventário e analisa o estoque. Para o transporte, a ciência de dados traz informações para a definição de uma rota otimizada, reduzindo custo e tempo.
  • Personalizar a experiência de compra analisando as preferências e o comportamento dos clientes. A partir do rastreamento dos padrões de compra dos clientes são recomendados outros produtos e descontos para melhorar a experiência de compra.

Habilidades de um cientista de dados

Para conseguir extrair insights de dados, profissionais da área devem atender a alguns requisitos. O pensamento crítico está entre eles, especialmente se considerarmos que esses cientistas gastam cerca de 80% do tempo descobrindo e preparando dados. Basicamente, esse tempo é utilizado para a aplicação de análises objetivas de fatos.

Como habilidade mais técnica, os profissionais devem entender sobre codificação em linguagens como Python, C ++ e Java, por exemplo. Além disso, é fundamental que tenham bons conhecimentos em matemática e estatística.

Como os dados são utilizados para extração de insights, um skill necessário aos cientistas é a comunicação. Isso porque eles precisam conseguir “ler” a mensagem por trás dos dados e repassá-las à alta direção de modo que possam ser tomadas as melhores decisões.

Outro item importante: para ser um cientista de dados o profissional precisa possuir conhecimento do setor em que está trabalhando. É igualmente essencial que a pessoa saiba discernir quais problemas são importantes para serem resolvidos e identificar novas maneiras pelas quais os negócios devem aproveitar seus dados.

Concluindo

Qualquer empresa que queira aprimorar seus negócios precisa ter em mente que deve tornar-se orientada a dados (data-oriented). Justamente por isso é que a ciência de dados tem recebido cada vez mais destaque.

Organizações estão percebendo a importância do tema para resolução de problemas de negócios e tomadas de decisão mais precisas. Se, como comentamos no início em referência ao relatório, dados são o novo petróleo, então podemos dizer que a ciência de dados é a nova eletricidade que faz as organizações funcionarem.

Nossa pergunta final é: como sua organização utiliza os dados? Deixe um comentário e compartilhe conosco a experiência na sua empresa.

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
  • Tel: (11) 9 9911 0274