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Como prevenir fraudes corporativas?

Tanto no Brasil quanto no exterior, são vários os exemplos de fraudes corporativas. Em nosso país temos grandes nomes como Petrobrás, Odebrecht, Vale e Correios na lista. Lá fora, Siemens, Volkswagen, Shell e Enron fazem parte dos exemplos a não serem seguidos.

Esses casos – e tantos outros, uma vez que a lista é extensa – nos mostram que ações fraudulentas não são difíceis de serem cometidas. Para se ter uma ideia, 6 é o número médio de fraudes relatadas por empresa de acordo com uma pesquisa realizada pela PwC.

O estudo, “PwC’s Global Economic Crime and Fraud Survey 2020 – Fighting fraud: A never-ending battle”, entrevistou mais de 5 mil profissionais em 99 territórios sobre sua experiência de fraude nos últimos 24 meses. Das empresas pesquisadas, 47% disseram ter experenciado uma fraude nos últimos 24 meses.

No Brasil, 69% das empresas identificaram ocorrências de fraude nos últimos anos, segundo o IBGC. A mensagem que extraímos desses dados é que a ameaça de fraude é um risco crescente para qualquer empresa. E isso inclui a sua.

Infelizmente, para muitos líderes trata-se de um risco ignorado ou subestimado. Mas o fato é que é possível prevenir e detectar fraudes. Aliás, muitas empresas já estão agindo proativamente. É o que nos mostra a pesquisa “Vigilância contra fraudes no Brasil – Estruturas de combate e tratamento a incidências”, realizada pela Deloitte, a qual constatou que mais de 70% das organizações adotam práticas de prevenção e investigação de fraudes corporativas.

Pensando nisso, o que a sua empresa pode fazer?

Práticas para prevenir contra fraudes corporativas

Sejam os conselheiros, gestores ou líderes, é importante entender que o combate requer compromisso, o que engloba ações como: divulgação de conflitos de interesse, avaliação de risco de fraude, procedimentos de relatório de fraude (por exemplo, linhas diretas), proteção de denunciante, ações corretivas, avaliação, melhorias do processo e, claro, monitoramento contínuo.

No entanto, para que as fraudes corporativas possam ser eliminadas, as empresas precisam desenvolver um processo robusto de avaliação de risco. Nesse sentido, a PwC descreve um framework que pode ajudar.

O ideal, segundo a estrutura desenvolvida por eles, é começar com a identificação das áreas de alto risco de fraude. Ressaltamos que aqui entra todo tipo de risco e não apenas o financeiro. Isso porque há fraudes em que crimes cibernéticos e roubo de informações causam danos importantes à reputação da empresa.

Com os riscos identificados, deve-se fazer a avaliação dos mesmos. Para tal, o recomendado é cobrir todas as áreas relevantes para que se possa ter uma estrutura de monitoramento e revisão sustentável de longo prazo.

O terceiro passo da estrutura é garantir o envolvimento de todos os funcionários com o objetivo de obter informações sobre o risco de fraude. A fim de conseguir que todos sejam envolvidos, pode-se utilizar uma ferramenta de pesquisa eletrônica. Para a PwC, essas pesquisas dão aos funcionários a oportunidade de relatar atividades fraudulentas conhecidas ou alegadas.

Em seguida, vem a avaliação de risco de fraude, a qual envolve um compromisso significativo por parte da administração e deve ser dirigida ou gerenciada por equipes ou consultores com experiência em risco de fraude. Fazem parte da avaliação ações como: inspeção física de locais importantes, exame detalhado das políticas e procedimentos corporativos, entrevistas com funcionários importantes e exames de registros contábeis, sistemas de computador e documentação corporativa.

O documento da PwC sugere também workshops de gestão e brainstorming de cenários de fraude “What-if“. Tão logo a avaliação seja concluída, a administração estará em uma posição para prevenir de forma mais adequada a fraude contra sua organização.

Estrutura de governança e compliance

Governança e compliance no combate às fraudes corporativas
Crédito: Pixabay por mohamed Hassan

Apesar de que procedimentos eficazes para gestão de riscos de fraudes corporativas serem fundamentais, a falta de uma estrutura robusta de governança corporativa e compliance prejudica seriamente qualquer programa de combate às práticas fraudulentas.

Por essa razão, empresas precisam adotar mecanismos de governança mais formalizados. Como explicamos neste post, é a governança corporativa que assegura a confiabilidade dos controles internos, fidelidade dos relatórios financeiros e um melhor desempenho. Tudo isso é fruto da avaliação de riscos, do acompanhamento de resultados e do monitoramento da gestão.

Para implantar uma estrutura de governança, tenha em mente que é necessário:

  1. Definir papéis e responsabilidades;
  2. Ter um Conselho de Administração (se aplicável);
  3. Adotar gestão de riscos e controles internos;
  4. Criar processos e padrões;
  5. Realizar reuniões de acompanhamento.

Detalhamos cada passo neste artigo, mas perceba que para organizações que enfrentam problemas com as políticas contábeis, por exemplo, boas práticas de governança corporativa podem mitigar o risco de fraude. Isso ocorre porque a base da governança é a transparência conseguida por meio de práticas como:

  • Criação de procedimentos para monitoramento de transações financeiras;
  • Criação de procedimentos de transparência e divulgação;
  • Canal de denúncias de práticas ilegais;
  • Definição de procedimentos para identificação de possíveis conflitos de interesses;
  • E outras.

Observe que com a governança corporativa a empresa assume o compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético. Recomendamos os seguintes materiais para ajudar na implantação de compliance e governança na sua empresa:

Concluindo

Fraudes corporativas custam muito mais para uma organização do que o roubo em si. Os custos secundários, os quais incluem investigações e outras intervenções, podem acabar com a imagem da empresa do dia para a noite. E, como já vimos em vários exemplos marcados na história, recuperá-la pode ser um longo e árduo caminho.

A partir do momento que entendem que a fraude segue a oportunidade e ataca a fraqueza, empresas conseguem ver a importância de descobrir quais são seus pontos vulneráveis para, então, assumir o controle.

Neste artigo abordamos a gestão de riscos e uma estrutura robusta de governança e compliance no combate às fraudes corporativas. Vale destacar que antes de qualquer esforço mais específico para prevenir fraudes, se faz necessário entender como estão os controles da empresa, quais processos possui, qual é o grau de gerenciamento de riscos, como é a transparência na divulgação de informações etc.

Para uma ajuda profissional, a Glic Fàs realiza serviços como mentoria em gestão de negócios, com base nas melhores práticas de governança corporativa (IBGC) e excelência em gestão (FNQ), e consultoria em gestão de riscos (além de outros serviços).

Para saber mais, visite nosso site e entre em contato.

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Créditos imagem principal: Pixabay por mohamed Hassan

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
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