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Como tornar sua empresa forte em AI?

A Inteligência Artificial (ou AI, do inglês Artificial Intelligence) é uma das principais tendências tecnológicas para os próximos anos. Pelo menos é o que esperamos de acordo com os resultados já alcançados com a tecnologia.

Conforme pesquisa do Gartner, entre 2018 e 2019 as organizações que implantaram Inteligência Artificial cresceram de 4% para 14%. Na era da automação, sairá na frente quem conseguir redesenhar o ambiente de trabalho, aproveitando as capacidades cognitivas das máquinas.

Mas, ao contrário do que muitos pensam, uma empresa forte em AI não será aquela que preocupa-se apenas em adotar novas tecnologias e comprar máquinas mais modernas. Especialmente pelo fato de alterar o relacionamento entre máquina e seres humanos, a Inteligência Artificial exigirá uma mudança (dependendo do caso, radical) de cultura.

Por esse motivo, para que os investimentos em AI realmente tenham resultados, é fundamental que a cultura da empresa seja revista e que alguns pontos sejam trabalhados. A seguir, elencamos os principais:

Silos de negócios

Uma empresa forte em AI não é separada em silos. Como diz o artigo Building the AI-Powered Organization (Harvard Business Review), “a Inteligência Artificial tem o maior impacto quando é desenvolvida por equipes multifuncionais com uma mistura de habilidades e perspectivas.”

No mundo da AI, os dados são como o petróleo do século XX. É por isso que, como diz a professora Herminia Ibarra (London Business School), os líderes precisarão criar pontes para atravessar os silos organizacionais para obter e alavancar os dados necessários para alimentar o sistema de AI.

Além disso, já que os projetos para implementação de Inteligência Artificial geralmente exigem contribuições de vários departamentos, os silos podem ser um grande problema. Dessa maneira, para uma empresa forte em AI deve-se trabalhar para remover os silos que impedem a colaboração e a aprendizagem multifuncional.

A eliminação de silos pode ser um desafio para diversas empresas, pois exige que passemos a considerar a estrutura organizacional como um ecossistema que deve promover o pensamento colaborativo e que incentive o pensamento criativo e o aprendizado constante.

Decisões tomadas com base na experiência

A Inteligência Artificial é sobre dados. Portanto, uma empresa forte em AI precisará mudar a maneira que toma decisões. “Pessoas de todos os níveis precisam confiar nas sugestões dos algoritmos e se sentirem capacitadas para tomar decisões”, menciona o texto da HBR.

Isso pode parecer algo simples, mas negócios em que decisões só podem ser tomadas após um superior ser consultado podem apresentar dificuldades. Para obter resultados com a Inteligência Artificial é preciso que todos sejam capazes e sintam-se confiantes em usar informações em tempo real em toda a organização para tomar decisões de negócios rapidamente.

Da mesma maneira que a era da máquina reconfigurou empresas em torno de máquinas com eletricidade, para uma empresa forte em AI os espaços de trabalho devem ser construídos em torno de dados.

Mudança de mindset

O terceiro ponto no qual a cultura de uma empresa deve mudar é: passar de locais rígidos e avessos a riscos para ágeis, experimentais e adaptáveis, adotando a mentalidade de testar e aprender, essencial para criar um mínimo produto viável em semanas – e não meses.

O medo do fracasso deve ser reduzido e dar espaço para uma mentalidade de testar e aprender para reformular os erros como fonte de descobertas. “Obter feedback antecipado do usuário e incorporá-lo à próxima versão permitirá que as empresas corrijam pequenos problemas antes que se tornem problemas dispendiosos”, menciona o artigo publicado na HBR.

Como você deve imaginar, para ser uma empresa forte em AI as mudanças não são feitas de uma hora para outra. É necessário que líderes não apenas preparem e motivem sua força de trabalho, como também preparem a si mesmos em primeiro lugar.

O que líderes devem fazer para preparar a empresa para a AI?

A fim de uma adoção bem-sucedida da Inteligência Artificial, os líderes devem envolver os funcionários. Para tal, é importante que dediquem uma atenção especial nos itens a seguir:

  • Explicar por que Inteligência Artificial é importante: todos os membros da organização devem entender por que a mudança vai ocorrer. Só assim todos entenderão o motivo de terem que adaptar-se e mudar a maneira como fazem seus trabalhos. Além disso, ao entenderem a importância em se tornar uma empresa forte em AI, todos passam a se comprometer emocionalmente com a mudança e responder com entusiasmo e determinação a ela.
  • Antecipar e abordar desde o início as barreiras da empresa à mudança: quando falamos em Inteligência Artificial a tendência é que os colaboradores fiquem com medo de perderem seus empregos para as máquinas. Ainda, como comentamos, gestores podem ser avessos à ideia de que uma máquina pode saber mais do que ele sobre o que é melhor para um cliente, por exemplo. Para evitar que barreiras como essas sejam impostas, elenque os principais entraves que possam surgir e esteja preparado antecipadamente para superá-los.
  • Orçar tanto para integração e adoção de AI quanto para tecnologia (se não mais): “uma de nossas pesquisas revelou que 90% das empresas que se envolveram em práticas críticas de dimensionamento gastaram mais da metade de seus orçamentos de análise em atividades que impulsionaram a adoção, como redesenho do fluxo de trabalho, comunicação e treinamento”, relata a publicação da HBR.
  • Equilibrar viabilidade, investimento de tempo e valor para buscar um portfólio de iniciativas de IA com diferentes horizontes de tempo (geralmente em três anos) e combinar esforços complementares com cronogramas diferentes para obter o máximo valor (fonte).

Concluindo

Antes de qualquer investimento em tecnologia, uma empresa forte em AI deve primeiramente verificar se sua cultura está saudável. Caso já existan problemas com funcionários, falta de transparência dos gestores, centralização de tomada de decisão e falta de incentivo à colaboração, a Inteligência Artificial contribuirá para piorar o clima organizacional ao invés de melhorar a eficiência da empresa.

Se esse for o caso em sua organização, o recomendável é que adie a mudança até que o ambiente esteja preparado para receber a tecnologia e usufruir de seus benefícios.

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Créditos imagem: Unsplash por Franki Chamaki

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
  • Diretora Executiva
  • Mentoria em gestão de negócios.
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