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Quais são as tendências na gestão de construção após a pandemia?

A construção é um dos maiores segmentos do mundo em termos de valor, além de talvez ser o que mais impacta nossas vidas. Não é à toa que sempre que há uma crise os olhares de especialistas se voltam ao setor, pois é com base na sua recuperação que fazemos projeções econômicas, por exemplo.

Assim como outros segmentos, o da construção têm enfrentado seus desafios. Nesse cenário, mais inovação e eficácia nos projetos norteiam as tendências na gestão de construção. Com uma demanda econômica reprimida por conta do que estamos vivendo, administrar o orçamento com sabedoria e cumprir com prazos de entrega cada vez mais curtos se traduzem em uma forte pressão.

Tendo isso em vista, como garantir o sucesso do setor no futuro? Para encontrar a resposta, invista alguns minutos na leitura deste artigo.

Tendências na gestão de construção

Benjamin Breen – diretor executivo da Ásia-Pacífico e chefe de construção global do PMI – compartilhou três abordagens que ele enxerga como tendências na gestão de construção. São elas:

1. Gerenciamento de projeto para minimizar os excessos de custo

Segundo a pesquisa Pulse of Profession realizada pelo PMI, organizações de construção gastam uma média de US $ 127 milhões para cada US $ 1 bilhão gasto em projetos e programas devido ao fraco desempenho do projeto, em comparação com a média global de $ 114 milhões para cada $ 1 bilhão gasto.

As principais causas para esses números, conforme a pesquisa, são planejamento inicial deficiente e mudança nas prioridades da organização. Por isso, o desenvolvimento de habilidades de projeto em toda a indústria requer muito mais atenção e coordenação por parte dos líderes organizacionais.

Como opina Breen, os valores descobertos pela pesquisa sugerem desperdício tanto nas cifras como também em valor. O que fazer para reverter o cenário?

Já que uma das principais causas para falhas em projetos são as mudança na prioridade, líderes de projeto capazes e experientes desempenham um papel inestimável. Isso porque eles possuem as competências necessárias para navegar pelas mudanças à medida que surgem, pois ajudam as equipes a dividir os projetos em partes gerenciáveis.

Com relação ao planejamento inicial deficiente (apontado como outra causa para falha em projetos), ressaltamos que é no início que precisamos nos ater ainda mais ao plano estratégico da empresa para o projeto em questão. É a partir dos dados coletados e das análises iniciais que as instâncias decisórias possuem insumos para tomar decisões de prosseguir com o projeto, abortar ou efetuar uma reavaliação.

Colocando em outros termos, evita desperdício de tempo e dinheiro, uma vez que custo, cronograma e escopo terão sido estudados e avaliados antes que se perceba que é tarde demais.

2. Aproveite o potencial da tecnologia

Em seu texto, Breen comenta um estudo da McKinsey, o qual mostra que as empresas de construção e engenharia dobraram seus investimentos em tecnologia na última década para chegar a US $ 18 bilhões. A cifra inclui maior uso de tecnologias como impressão 3D, robótica e modularização para aumentar a produtividade e encurtar os prazos de projeto.

No que tange à porcentagem de organizações que veem como alta prioridade o investimento em tecnologia para melhor habilitar o sucesso do projeto, a pesquisa Pulse of Profession constatou que essa é a realidade para 45% das empresas da construção (contra a média global de 53%). O Diretor do Conselho do PMI, Tejas Sura, destacou algumas tecnologias promissoras, incluindo recursos de realidade aumentada e Building Information Modeling (BIM), que dá aos profissionais de construção uma visão avançada sobre o projeto de edifícios e infraestrutura.

Breen cita como exemplo o maior projeto de construção em andamento em Londres – a linha Elizabeth, uma expansão de mais de 100 km do famoso sistema de metrô da cidade. Como ele conta, todo o projeto foi mapeado em BIM, economizando centenas de milhões de libras ao adicionar maior precisão ao local onde os túneis foram cavados.

Há ainda o uso de drones, que continuará a ser uma das tendências na gestão de construção. A tecnologia oferece muito mais usos do que apenas fotografia aérea para empreendimentos imobiliários e comerciais. Hoje em dia, os drones são usados também para o rápido mapeamento de grandes áreas em longas distâncias, produzindo valiosos mapas aéreos de calor e imagens térmicas.

Além disso, para tomadas de decisões rápidas, o software de drone avançado fornece dados acionáveis em tempo real, agilizando ainda mais todo o processo de construção. Outro exemplo dado por Breen é o de empresas que usam a tecnologia para inspecionar projetos de uma distância segura.

Sobre a realidade aumentada, também considerada como uma das tendências na gestão de construção, a tecnologia permite:

  • Medição automatizada de edifícios
  • Visualização 3D de projetos futuros
  • Simulação rápida e acessível de mudanças arquitetônicas e estruturais
  • Treinamento de segurança e simulações de risco

3. Trabalhar de forma eficaz com as pessoas

“As habilidades técnicas sempre serão instrumentais, mas cada vez mais devem ser complementadas por capacidades focadas em trabalhar com pessoas e liderar equipes”, escreve Breen. Por essa razão, as habilidades pessoais estão entre as tendências na gestão de construção.

Se as tecnologias emergentes possibilitarão mais eficiência e precisão, os trabalhadores humanos precisarão mudar e desenvolver seus conjuntos de habilidades. O motivo é simples: atributos como criatividade e liderança colaborativa, cada vez mais necessários, não serão assumidos nem mesmo pelas máquinas mais sofisticadas.

Inclusive, o autor comenta que as empresas buscam cada vez mais talentos que agreguem além das habilidades técnicas tradicionais esperadas em projetos de construção. Segundo ele, os talentos em projetos hoje são chamados a assumir mais funções do que nunca e a se acostumar com as expectativas de trabalho multifacetadas.

Empatia pelo cliente e uma mentalidade inovadora, juntamente com a comunicação, são outras habilidades tidas como críticas e essenciais. “É extremamente importante ser capaz de se comunicar bem com todas as partes. Você pode ter todo o conhecimento do mundo, mas se não conseguir transmitir sua mensagem, ela terá um impacto limitado”, ressalta Breen em seu texto.

Concluindo

Com tudo o que temos vivenciado, não nos resta dúvidas que o futuro representará alguns bons desafios ao setor. Mas assim como o próprio Benjamin Breen, nós também acreditamos no potencial da indústria da construção para continuar inovando.

Por fim, juntamente com as tendências na gestão de construção, não podemos esquecer da importância da gestão de riscos para identificar e controlar os riscos, minimizar as ameaças, tomar decisões de investimentos e maximizar o potencial de sucesso.

Caso sua empresa precise de uma consultoria em gestão de projetos e gestão de riscos, entre em contato conosco. E para saber mais, acesse:

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Créditos imagem principal: Unsplash por Mark Potterton.

Créditos imagem texto: Unsplash por Scott Blake.

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Patricia C. Cucchiarato Sibinelli
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